“Uma pedra não é apenas uma pedra qualquer, ela tem nome, sobrenome e muita história para contar.” Essas palavras, facilmente, seriam ditas por Djalma Guimarães.
Djalma Guimarães foi um renomado geólogo brasileiro, nascido em 13 de junho de 1907, na cidade de São Paulo, e falecido em 9 de abril de 1974, na mesma cidade. Formou-se engenheiro de minas e civil no ano de 1919, na Escola de Minas em Ouro Preto.
Como cientista ímpar, atuou em quase todas as áreas das geociências. Na mineralogia, realizou estudos dos pegmatitos da região de São João Del Rei (MG) e daqueles pertencentes à província de Roraima, analisando, especialmente, os nióbo-tantalatos, entre outros.
Um feito que lhe conferiu importância e projeção nacional e internacional foram as descobertas das jazidas de apatita (fosfato) e de pirocloro (nióbio, e percentuais de até 2% de Tório, Urânio e terras raras) em Araxá (MG), que fizeram do Brasil o maior produtor de nióbio do mundo.
Djalma ainda descreveu quatro novos minerais: eschwegeíta, arrojadita, pennaíta e geannettita, nomes dados em homenagem a grandes geólogos, descreveu também dois meteoritos. Além disso, foi homenageado com um mineral em seu nome: djalmaíta um tantalato de urânio e cálcio.
Na petrologia, utilizando um microscópio de polarização ele descrevia seções delgadas de rochas e propôs a Teoria da Enstenização, que postulava a mudança de estrutura do piroxênio de monoclínica para ortorrômbica.
Publicou trabalhos sobre metalogênese com base na geoquímica. O primeiro foi divulgado apenas no exterior, sob o título Mineral deposits of magmatic origin, cujo resumo foi publicado na revista Economic Geology. Sua teoria, de acordo com o conceito de província metalogenética, foi aceita e incluída na disciplina Geologia Econômica de vários cursos de geologia dos Estados Unidos.
Djalma atuou como professor em três universidades brasileiras: em 1936 atuou na UFRJ e de 1948 a 1967, lecionou na UFMG e na Escola de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). É autor de mais de 240 publicações nos diferentes campos da geologia.
Em 1974 foi homenageado com a criação do Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães, da Fundação Municipal de Cultura da Prefeitura de Belo Horizonte, atualmente localizado no Edifício Rainha da Sucata na Praça da Liberdade, Belo Horizonte.
O legado de Djalma nos mostre que quando ciência e indústria se unem, toda a sociedade se beneficia.
Referências:
MARCIANO, Vitória Régia Péres da Rocha Oliveiros. Um mestre que amava a Terra. Disponível em: https://www.ufmg.br/diversa/11/artigo4.html. Acesso em: 09 abr. 2023.
SESI. Cientistas brasileiros: Djalma Guimarães, o descobridor do Nióbio brasileiro. Disponível em: https://memoria.ebc.com.br/infantil/voce-sabia/2016/01/cientistas-brasileiros-djalma-guimaraes-o-descobridor-do-niobio. Acesso em: 09 abr. 2023.