Quando ouvimos a palavra petróleo, a associamos imediatamente a imagem de um óleo preto ou aos combustíveis que dele derivam, como a gasolina e o diesel, por exemplo.
Sim, o petróleo é preto, é viscoso, na maior parte das vezes menos denso do que a água (por isso ele flutua quando misturado com a água) e possui uma complexa mistura de compostos orgânicos, principalmente hidrocarbonetos, que são moléculas formadas por átomos de hidrogênio e carbono, possuindo associação com pequenas quantidades de outros elementos, como nitrogênio, oxigênio e enxofre.Embora existam algumas teorias para a formação do petróleo, uma das mais aceitas é a formação orgânica, que considera que os petróleos (existem diversos tipos), sejam formados a partir da decomposição, em ambiente anaeróbio (sem oxigênio) e sob a ação de microorganismos. Como eles são normalmente encontrados em rochas sedimentares de origem marinha, acredita-se que eles se originem a partir de algas e pequenos animais marinhos planctônicos.
Quando morrem, essas criaturas parcialmente decompostas são soterradas por camadas de sedimentos, sendo gerados hidrocarbonetos a partir deles que migram pelos poros das rochas e ficam presos em locais chamados trapas.
Em meados do século XIX, na Escócia, foi desenvolvido o processo de refino do óleo, dando origem a indústria petrolífera e logo o Azerbaijão se tornou o maior produtor, respondendo por 50% da produção mundial na época.
Em 1859 foi descoberto petróleo no Canadá, e em seguida nos EUA, que iniciaram a sua produção. No Brasil, a descoberta do petróleo se deu no Nordeste do país, mais precisamente no estado da Bahia, no ano de 1939. Em 2006, um vasto campo petrolífero foi descoberto, com sua exploração sendo iniciada em 2010, no que passou a ser conhecida como camada pré-sal.
É realmente curioso e surpreendente imaginar que esse líquido, encontrado em profundidade, possa responder por uma parcela significativa da economia brasileira e de muitos outros países.
Extração
A extração do petróleo é composta por três fases distintas: a prospecção, perfuração e a extração.
Prospecção: tem como objetivo localizar as bacias sedimentares a partir de análises detalhadas do solo e subsolo.
Análises geológicas informarão probabilidades da existência de rochas-reservatório contendo a presença de petróleo. Essas analises geológicas são feitas cruzando informações de imagens de satélites com algumas outras técnicas, como por exemplo:
- Magnetometria: Medição de pequenas mudanças no campo magnético.
- Gravimetria: Medida de pequenas variações no campo gravitacional, decorrente da diferença na densidade das rochas.
- Sismografia: Captação de ondas de choque que passam pelas rochas e em seguida refletem na superfície.
- Sniffers: Farejadores eletrônicos capazes de detector a presença de hidrocarbonetos.
Perfuração: Quando descobertas, as jazidas são delimitadas pela marcação de coordenadas de GPS, que contam com o auxílio de boias, quando as jazidas são submarinas.
Exploração: Quando a exploração é em terra, é feito um primeiro poço para analisar sua viabilidade econômica. Em terra (offshore), os furos podem atingir de 800 m a 6.000 m de profundidade, no mar (onshore), os furos são feitos a partir de plataformas marítimas, onde além da lâmina de água (medida da superfície da água até o fundo do mar), é necessário perfurar poços que podem atingir mais de 5.000 metros na rocha
Durante o processo é necessário a utilização de bombas de polpa (uma mistura de água e minerais) e um tanque de polpa (onde essa mistura é agitada) que tem várias funções, como resfriar, lubrificar e empurrar a broca pelo furo, trazendo também as rochas do furo para a superfície, onde serão analisadas.
Quando o poço é perfurado, a diferença de pressão entre o poço e a superfície pode fazer com que o petróleo jorre (a viscosidade do petróleo também ajuda nesse processo). Quando a pressão diminui são usados alguns equipamentos, como o cavalo de pau, que auxiliam no bombeamento do petróleo.
Em alguns casos, quando a densidade e/ou viscosidade do petróleo é muito elevada, injeta-se vapor de água aquecido sob pressão através de um outro poço no reservatório. A diminuição da viscosidade e o aumento da pressão no poço empurrarão o líquido para a superfície.
No mar as operações se tornam mais complexas, exigindo alguns equipamentos mais sofisticados, como plataforma fixas, plataformas auto-elevatórias, plataformas semi-submersíveis, e navios-sonda.
Transporte
Depois que o petróleo é explorado, como é feito o seu transporte até as refinarias?
Todo o transporte do petróleo explorado é feito por meio dos terminais marítimos, navios petroleiros e oleodutos. O gás contido nos depósitos também é aproveitado e é transportado por gasodutos.
Os oleodutos e gasodutos são tubulações, normalmente subterrâneas, utilizadas em terra ou no mar, ligando plataformas aos terminais e a partir destas, as refinarias. Os petroleiros são gigantescos navios, sendo o Seawise Giant o maior de todos já contruído. Ele ficou em operação de 1981 a 2009 e possuía impressionantes 458,46 m de comprimento e 68,8 m de largura, sendo capaz de transportar 674.297m³, o que equivalem a mais de 4 milhões de barris de petróleo.
O petróleo e seus derivados
O petróleo ainda é a base da matriz energética em muitos países. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL, 2007), cerca de 43% do petróleo produzindo mundialmente é utilizado como fonte de energia.
Quando mascamos chicletes, embora sintamos principalmente o gosto do açúcar, alguns derivados do petróleo também são usados para dar consistência ao doce, como a resina e parafina.
Nos alimentos, usamos conservantes, corantes e flavorizantes a base de petróleo e o benzeno, presente em analgésicos são apenas um exemplo de sua utilização na indústria farmacêutica.
Referências
https://m.brasilescola.uol.com.br/quimica/exploracao-extracao-petroleo.htm
Parabéns por mais este excelente artigo informativo, Arthemis.
Continue assim, firme e forte.