Assim como muita gente, eu não fazia ideia do que era ou para que servia a iniciação científica – era como caviar pra mim. Eu podia imaginar que estivesse ligada a ciência, ou que fosse voltada para o mundos dos cientistas, o que significava que não era pra mim, estava muito distante.
Só que em 2016, no final do ano para ser mais precisa, no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), comecei a vivenciar uma realidade completamente nova, e passei a entender que sim, eu poderia comer desse caviar, assim como todos ao meu redor.
Mas afinal, o que é a iniciação científica?
As primeiras bolsas e institucionalização da iniciação científica foram na década de 50, mais precisamente no ano de 1951, por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento e Tecnológico (CNPq), pois já haviam observado o interesse dos alunos universitários na área da pesquisa desde as primeiras universidades, por meio de discussões coletivas ou de maneira informal, se voluntariando a práticas em laboratórios. Porém, somente na década de 70 que foram criados os programas de bolsas, isto porquê, naquele tempo só era disponibilizadas através de solicitações em balcões de forma individual. Até que somente nos anos 80, é criado também por meio do CNPq, o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica – PIBIC, resultando na disponibilização de cotas para às universidades.
A Iniciação Científica é um programa, normalmente oferecido por universidades públicas e algumas instituições privadas, que funciona como porta de entrada para o fazer ciência, sendo normalmente a primeira oportunidade que os estudantes tem de entender o método científico, dentro de uma área.
Idealmente, durante esse período, estudantes e professores (os orientadores) trocam experiências, discutem métodos, levantam questionamentos e propõe soluções para os problemas investigados, objetivando contribuir com a sociedade de forma geral. Os estudantes (os bolsistas) têm a oportunidade de aprofundar-se no emprego de técnicas de investigação, e se forem dedicados, abrir os olhos para realidades que eles nem imaginavam ser possíveis.
O que ganho como bolsista de Iniciação Científica?
Participar de Iniciação Científica pode acabar despertando o desejo de tornar-se um pesquisador, seja para trabalhar no campo acadêmico ou em outros setores, como a indústria por exemplo. Nesse caso, cursar um mestrado, doutorado ou ensino médio técnico como eu, onde a partir da IC pude ter certeza de sua importância e dar continuidade me levando a graduação, sendo assim um caminho natural para atingir esse objetivo.
Desempenho acadêmico: é natural que o desempenho de um aluno de iniciação científica melhore, e isso pode estar ligado ao fato do bolsista começar a aprender as coisas sob uma ótica entrelaçada do ensino, da pesquisa e da extensão, o que o faz ter uma visão melhor das coisas que os cercam e da forma como elas se conectam.
Preparação para o trabalho de fim de curso: quem já passou pela escrita de um trabalho de fim de curso, sabe o quanto ele pode ser cansativo e psicologicamente desgastante. Embora o aluno de iniciação científica não esteja livre dessa etapa, muito possivelmente o trabalho vai ficar muito mais fácil, pois sua experiência inclui a definição de métodos e metodologias para execução de sua pesquisa, o contato com novas teorias propostas em artigos científicos atuais, até a própria formatação dos trabalhos, sejam elas feitas usando as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), ou quaisquer outras empregadas por revistas científicas com as quais o bolsista tenha entrado em contato.
Desenvolvimento pessoal e profissional: uma coisa que o bolsista irá aprender é que os erros ensinam, e muitos erros serão cometidos, levando a resultados errados ou inesperados que levam a aprendizados mais significativos. Isso tudo se dá pelo desenvolvimento ou aprimoramento do pensamento crítico, que tornam as experiências mais enriquecedoras quando os trabalhos são realizados em ambientes colaborativos, onde as ideias podem ser debatidas, sob diversos pontos de vista, até se chegar a uma conclusão.
Experiência: e tudo isso nos torna mais experientes, capazes de lidar com situações que nunca imaginávamos ter que lidar. Encontrar soluções para problemas, que muitas vezes afetam a comunidade na qual estamos inseridos.
Mas não se esqueça de registrar todas essas experiências no Currículo Lattes, pois ele será muito útil quando você estiver concorrendo a uma vaga em algum programa, ou mesmo a uma vaga de mestrado ou doutorado.
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Referências
http://cnpq.br/iniciacao-cientifica
https://jornal.usp.br/tag/iniciacao-cientifica/
https://galoa.com.br/blog/o-que-e-uma-iniciacao-cientifica-e-como-conseguir-uma-bolsa/
https://guiadoestudante.abril.com.br/blog/vida-universitaria/como-funciona-a-iniciacao-cientifica/