O jardim do Laboratório de Tecnologia Mineral localizado no Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), tinha acabado de ficar pronto, e estava simplesmente lindo! Era um dia ensolarado e o céu azul de Natal queimava. Lembro-me de Yvan, todo orgulhoso, dizendo que colocaria o nome do jardim de “Georgius Agricola”, andava satisfeito apreciando cada detalhe do lugar enquanto falava sobre quem era Georgius, e aquilo me inspirava.
Georg Bauer nasceu em 1494 na Alemanha, como era costume na época ele mudou seu nome para o latim ficando assim: Georgius Agricola.
Embora tenha se formado em medicina, suas obras mais conhecidas são sobre mineração, metalurgia e geologia. Mas o que leva um médico se interessar por essas áreas? Creio que foram os novos horizontes que Georgius vislumbrou quando foi ser médico em um distrito mineral.
No início, seu desejo era encontrar novas drogas, pois ele acreditava que os minerais serviriam para isso, porém sua pesquisa acabou se expandindo. Ele teve contato com mineiros bem estudados, visitou muitas minas, viu e viveu a realidade delas e visitou plantas de fundição.
De Re Metallica, publicado em 1556, um ano depois da sua morte, foi uma de suas obras mais conhecidas. Nesse trabalho, Agricola fez um resumo do conhecimento já existente sobre mineração e incluiu suas novas observações. A obra contém descrições de minerais e rochas, métodos de levantamento e escavação, distribuição e gestão de minas, doenças ocupacionais, refinação de minérios, construção de minas, bombeamento e ventilação.
Com o De Natura Fossilium, publicado em 1546, ele ficou conhecido como pai da mineralogia, ele oferece uma classificação de minerais e fósseis. O conhecimento químico da época ainda era muito insipiente, não havendo técnicas de análise química adequada para estudos mais aprofundados.
Agricola ficou muito conhecido e respeitado devido suas obras, mas também teve que lutar muito para que suas teorias fossem aceitas. Por vezes elas pareciam muito à frente do seu tempo.
Georgius morreu em 1555 e se tornou luz que segue guiando a mineração, metalurgia, geologia e outras áreas. Ouvir sobre ele faz pulsar em mim o desejo de expandir o conhecimento, não me deixando limitar.
Ele não se limitou, e sempre penso se existem motivos mais específicos para que uma pessoa vá além. A insatisfação com os problemas que existem e a vontade de resolvê-los, talvez?
O conhecimento é fluído, que se conecta de maneira sólida.
Referências