Como uma Potiguar desde sempre, e há 1 ano como técnica em mineração, no início do curso ouvi perguntas semelhantes e mesmo com a formação elas ainda são recorrentes. Algumas delas já expomos aqui, mas uma das principais é, ” – No RN tem mineração, né?” e a resposta para esse questionamento é, sim, há mineração no RN! Antes de qualquer coisa, como moradora desse Estado tão encantador preciso deixar registrado que além das famosas praias, no Rio Grande do Norte, existem riquezas nos quatro cantos e que todos precisam conhecer, claro, de preferência tendo a experiência de visitá-las.
O estado dos potiguares possui uma vasta história a qual não me aprofundarei, mas de forma resumida, o RN é um dos estados da federação que possui o mais antigo marco da presença dos portugueses no país, sendo anteriormente ocupada por grandes povos indígenas. Sem esquecer de comentar sobre a colonização do Brasil e a participação que tivemos em relação a construção da fortaleza Reis Magos, que deu início a sua construção no período do ano de 1598, onde logo após sofreu ataques e domínio dos holandeses que durou cerca de 21, até ser novamente dominada pelos portugueses.
Mas voltando a pergunta, algo que está atrelado a ela é especificamente um município, e antes de me aprofundar, gostaria de expor alguns dados disponibilizados para o conhecimento de vocês. Baseado em dados disponibilizados pelo Departamento Nacional de Pesquisa Mineral – DNPM, “no ano de 2011, o estado bateu um recorde em alvarás de pesquisas publicadas no departamento, foram cerca de 657, um resultado de melhor desempenho em nove anos, onde em menos de uma década cresceu 417,3% alcançando um crescimento quase quatro vezes maior que o registro no país” (Jornal Tribuna do Norte).
O município a qual me referi é o de Currais Novos/RN, localizada na “perna do elefante” como dizem, mas fica quase 200 km de distância da capital. Este município ficou bastante conhecido no país, devido a sua grande participação durante a década de 40. Isso porque a 3km de Currais Novos/RN, está localizada a mina Brejuí, uma das grandes produtoras de scheelita do país. Esse minério na mineralogia, é conhecido como tungstênio natural de cálcio, que contém trióxido de tungstênio acontecendo a combinação com o calcário (DANTAS, 2007).
Tive a imensa satisfação de conhecer pessoalmente a mina mais precisamente no ano de 2016 juntamente com minha turma, foi o meu primeiro contato e tive a oportunidade de conhecê-la por dentro, lembro que em minha mente ficava imaginando o quanto nossas terras norte-rio-grandense participou de uma das histórias mais conhecidas do mundo, ensinadas nas aulas de história, todo o local e a mineração do nosso estado teve reconhecimento devido a vasta quantidade deste minério que foi muito útil durante toda a Segunda Guerra Mundial.
É importante informar que além de ter sido um material fundamental para os artefatos, máquinas e equipamentos, a scheelita também é necessário na indústria aeronáutica como também, automobilística, sendo responsável para a fabricação dos enormes foguetes e satélites, filamentos das lâmpadas incandescentes, entre outros. Existem muitas histórias no local e além da tão conhecida mina Brejuí no mesmo município existe a mina Acauã, também produtora de sheelita.
Espalhados pelo estado existem outros contribuintes para que haja mineração, o exemplo é o Equador/RN, responsável pela produção do caulim, uma rocha que tem como principal componente a caulinita. É um produto de extrema importância para o município, pois é uma das contribuições no nordeste, quando se trata da sua exploração mineral, como também, a parte economica, as aplicações e todo o avanço do Equador/RN.
Existem bons números de empresas que possuem cadastros ativos, de acordo com a DNPM potiguar, e mesmo que boa parte não esteja exercendo a exploração, os produtores pequenos buscam e movimentam autorizações para que haja exploração das minas. Principalmente quando se refere a brita, um produto que é muito explorado em cada canto do RN, e contém jazidas com mais de 400 anos de vida útil como capacidade de produção. Existem também a utilização e produção do cimento por meio das rochas graníticas e do calcário, onde municípios de Touros a Baraúnas, contribuem para o crescimento da exploração e melhoria do Estado. É importante informá-los que por volta do ano de 2015, a lavra de água mineral e do ouro houveram destaques no Rio Grande do Norte.
Além desses exemplos, podemos citar aqui também a exploração de minério de ferro em Jucurutu/RN, em Mossoró/RN que já existem estudos para instalação de fábricas de cimento, em Bodó, localizado no Leste do Estado, houve retomada da lavra do tungstênio, além do município de Equador, há também exploração em Parelhas e futuramente beneficiamento do caulim e por fim, projetos para instalações de produção de pisos em Baia Formosa.
A extensa procura é espalhada em todos os municípios do Seridó. Resultados segundo o Anuário Mineral Brasileiro, confirmam que no Rio Grande do Norte, somava reservas com cerca de 22,5 mil toneladas. (DNPM, 2013)
Através dessas informações podemos comprovar que a extensa procura é espalhada em todos os municípios do Seridó. Sabendo que não são muitos, os que sabem das produções ou então da rica diversidade de minérios e minerais que o estado do Rio Grande do Norte possui, deixamos aqui que há mineração no RN junto com a nossa homenagem a um Estado tão proveitoso e encantador.
E para os que não tem oportunidades de conhecer todos os quatro pontos, deixamos nossa indicação, o Museu de Minérios do Rio Grande do Norte – (MMRN), localizado dentro das dependências do Instituto Federal Central, na capital Natal/RN. Um ambiente extremamente detalhado que expõe parte de nossas riquezas por meio da Pré-História, cerâmicas, fósseis, rochas e minerais.
Referências
CUNHA, M. V. da. A mineração em Currais Novos: um estudo do cotidiano operário. 1988. 140f. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais), Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 1988.
DANTAS, Gildo da C. Mina Brejuí: a maior produtora de Scheelita do Brasil. Natal: RN/UNP/BCNC, 2007.
MEDEIROS, Janaina Luciana de et al. Cultura, geodiversidade e história juntas pelo desenvolvimento do geoturismo no município de Currais Novos (Rio Grande do Norte, Brasil). 2013. 14 f. Tese (Doutorado) – Curso de Turismo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal/Rn, 2013. Disponível em: https://www.anptur.org.br/anais/anais/files/12/12.pdf. Acesso em: 13 mar. 2021.
LIMA, Alexandre Herculano de Souza et al. A SITUAÇÃO ATUAL DO SETOR MINERAL NO RIO GRANDE DO NORTE E SUAS PERSPECTIVAS DE FUTURO. In: VII CONNEPI – O CONGRESSO NORTE-NORDESTE DE PESQUISA E INOVAÇÃO, Não use números Romanos ou letras, use somente números Arábicos., 2012, Palmas. Anais […] . Tocantins: O Congresso Norte-Nordeste de Pesquisa e Inovação, 2012. v. 1, p. 1-6. Disponível em: https://propi.ifto.edu.br/index.php/connepi/vii/paper/viewFile/2957/1456. Acesso em: 13 mar. 2021.
MINERAÇÃO ganha força no RN mas há desafios. Disponível em: http://www.tribunadonorte.com.br/noticia/mineracao-ganha-força-no-rn-mas-há-desafios/215804. Acesso em: 13 mar. 2021.