Algumas coisas que antes me davam medo se transformaram em uma espécie de temor com admiração, assim aconteceu ao estudar sobre os vulcões. Gosto de pensar que os vulcões ligam esse mundo externo com o interno da Terra, se isso por si só não te deixa empolgado o resto do texto não vai te deixar.
Vulcão vem do nome de um deus da mitologia romana, Vulcano. Ele era o ferreiro dos deuses e era o responsável pela fabricação dos raios que Júpiter usava como castigo nos seres humanos.
Quando se fala em vulcão você já deve lembrar dos filmes que assistia na Sessão da Tarde com vulcões feita de molho de tomate para feira de ciências. Bem, o vulcão é uma estrutura geológica que pode se formar em terra ou no mar também, e ao contrario de molho de tomate temos o Magma que é uma massa de rocha fundida de alta temperatura (insanamente quente, sério!), constituída grande parte de silicatos misturados com vapor e gás. O vulcão tem um formato cônico e essa estrutura vai se comunicar com uma câmera subterrânea profunda onde o magma fica lá guardadinho, chamada Câmara Magmática. Além do magma, vai sair do vulcão outros materiais, como gases e partículas quentes (cinzas).
O formato cônico do vulcão é característica do vulcanismo de erupção central, mas existe o vulcanismo de fissura, em que o magma, em geral de composição basáltica, sai não através de um conduto cilíndrico, mas de grandes fendas na crosta terrestre.
A distribuição das placas tectônicas é a responsável pela origem e distribuição dos vulcões. Onde há choque de duas placas constituídas inteiramente de crosta oceânica, de basalto, uma delas, não se sabe qual, mergulhará sob a outra e sofrerá fusão. Nessa região surge um conjunto de pequenas ilhas vulcânicas distribuídas em forma de arco, é chamada de zona de subducção.
Forma-se zona de subducção se uma placa oceânica choca-se com uma continental, por ser mais pesada a placa oceânica mergulha sob a outra.
Mas se o choque for de duas placas continentais, pode não haver subducção, e surgir uma cadeia de montanhas, pela deformação das rochas. Nessas áreas, o vulcanismo pode estar ausente, contudo os terremotos, por serem de pequena profundidade, sejam perigosos.
E quanto ao vulcão no mar?
Se duas placas estão se afastando, surge vulcanismo submarino. Ele é responsável pela expansão do fundo oceânico em diversas zonas do globo. Esse tipo de vulcanismo é o mais comum de todos, representando 80% da atividade vulcânica da Terra, por ocorrer no fundo dos oceanos é pouco observado.
E que perigos a erupção desses vulcões podem trazer para nós?
A fase inicial de uma erupção pode começar com um abaulamento do solo, junto de tremores da terra. Formam-se fendas nas regiões de maior fraqueza da zona abaulada e consequente saída explosiva de gases, ejeção de água subterrânea e terra.
Quando ocorre as erupções, blocos arredondados ou lava parcialmente consolidada caem do céu e esmagam tudo. Torrentes de lava cercam e prendem as vítimas, queimando-as vivas. Terremotos, muitas vezes associados às erupções, destroem prédios.
Nuvens de lava quente, cinzas de pedra-pomes e gases incandescentes jogam pessoas para o alto e as incineram em segundos. Nuvens de dióxido de enxofre asfixiam e envenenam. Nuvens de gás carbônico sufocam. Nuvens de ácido clorídrico corroem os pulmões.
Nas áreas de geleiras, podem provocar uma inundação de lama.
Podem gerar tsunamis.
De fato uma visão do inferno, por isso é tão importante o monitoramento do comportamento dos vulcões e o empenho dos cientistas ao arriscar suas vidas, muitas vezes, em estudá-los.
Vulcões:
a) Ativos: Existem alguns autores que considera ativos aqueles vulcões dos quais que já tenham entrado em erupção algum dia, porém no geral vulcão ativo é aquele está em erupção ou que mostra sinais de instabilidade, com pequenos abalos ou emissões de gás significativas.
b) Dormentes: É aquele que não se encontra atualmente em atividade, mas que poderá mostrar sinais de perturbação e entrar de novo em erupção (novamente a importância de monitorar por centros sismológicos)
c) Extintos: aquele que os vulcanólogos consideram pouco provável que entrem em erupção de novo.
Brasil e vulcões
Pode ficar tranquilo que no Brasil não existe vulcão ativo, porém no fim da Era Mesozóica ocorreram manifestações vulcânicas de altíssima intensidade. Esse vulcanismo atingiu o que é hoje o sul do Brasil, mais São Paulo e Mato Grosso do Sul, além de Uruguai, Paraguai e Argentina, num total de 1.200.000 km2. É a maior área de vulcanismo basáltico (vulcanismo de fissura, lembra?) existente no mundo.
Um grupo de pesquisadores do Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo localizou, no Pará, um dos maiores vulcões conhecidos e o mais antigo de todos. Sua idade é estimada em 1,9 bilhão de anos e é surpreendente seu estado de preservação, apesar dos efeitos da erosão. A maioria dos vulcões desse tipo ainda preservados se formou há menos de 250 milhões de anos. Os estudos mostraram que, a partir de dezenas de pequenas erupções, ocorreu ali uma erupção gigantesca, catastrófica, que culminou com a formação de uma caldeira de 22 km de diâmetro. O vulcão está localizado entre os rios Tapajós e Jamanxim.
Se hoje o território brasileiro possui ‘apenas’ um vulcão, no passado poderia ser chamado de “terra de lava”, todo o gigantesco trecho entre os estados do Amazonas e Santa Catarina era ocupado por dezenas de pequenos e grandes cones que viviam em constante erupção.
Curiosidades
Nos últimos 2 milhões de anos, formaram-se de pelo menos 10.000 vulcões, dos quais quinhentos apresentaram atividade constante durante muito tempo.
Existem vulcões em outros planetas, como por exemplo O Monte Olimpus em Marte, a maior montanha do sistema solar, é um vulcão. Ele tem 26 km de altura e no seu cume há uma depressão com 65 km de diâmetro. Marte tem quatro grandes vulcões, bem maiores que qualquer vulcão terrestre.
Se você gostou ou gosta desse tipo de conteúdo tenho duas indicações; primeiro, assista urgentemente “Visita ao Inferno” é um documentário da Netflix e a segunda dica é acompanhar nosso blog que é recheado de conteúdo.
Referências:
BRANCO, Pércio de Moraes. Vulcões. Disponível em: http://www.cprm.gov.br/publique/CPRM-Divulga/Vulcoes-1108.html. Acesso em: 29 mar. 2021.
MARCEL, Dennys. Novidade para muitos, Brasil possui um vulcão e ele é o mais antigo do mundo. Disponível em: https://ecoviagem.com.br/noticias/curiosidades/turismo/novidade-para-muitos-brasil-possui-um-vulcao-e-ele-e-o-mais-antigo-do-mundo-18457.asp. Acesso em: 29 mar. 2021.
Mendonça, Tibério. Vulcanismo. Disponível em: http://www.tiberiogeo.com.br/texto/ProcessosGeologicosUva.pdf
PALAVRA, Origem da. Palavra vulcão. Disponível em: https://origemdapalavra.com.br/palavras/vulcao/. Acesso em: 29 mar. 2021.